O desenvolvimento da bioeconomia circular pode ajudar a reduzir desperdícios, criar empregos e renda e contribuir para o desenvolvimento sustentável, segundo os exemplos concretos apresentados por líderes das Américas na COP29.
Baku, Azerbaijão, 18 de novembro de 2024 (IICA) – O desenvolvimento da bioeconomia circular pode ajudar a reduzir desperdícios, criar empregos e renda e contribuir para o desenvolvimento sustentável, segundo os exemplos concretos apresentados por líderes das Américas na COP29.
Em uma sessão no pavilhão montado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e por seus parceiros na multitudinária Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Baku, capital de Azerbaijão, avançou-se na compreensão do poder da bioeconomia circular e de como ela contribui para proteger a natureza, ao mesmo tempo em que produz alimentos, fibras, combustíveis e serviços ecossistêmicos ao mundo.
A Casa da Agricultura das Américas, como se denomina o pavilhão, destaca-se na negociação global da mudança do clima pelo terceiro ano consecutivo, pois também esteve presente nas COP27 do Egito e COP28 dos Emirados Árabes Unidos.
Assim, o IICA, em um esforço compartilhado com seus parceiros, conseguiu uma vez mais que a voz do setor agrícola do continente fosse ouvida em um âmbito de importância estratégica global para o futuro dos modos de produção e consumo.
Izabella Teixeira, ex-Ministra do Meio Ambiente do Brasil e Assessora Especial do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no G20 e nas COP29 e COP30, recebeu grande atenção no painel moderado por Felipe Bittencourt, CEO da WayCarbon.
Teixeira considerou que o cenário global mudou nos últimos tempos. “O passado nos trouxe até aqui, mas não tem papel no futuro. O que se fez não influi mais. Primeiramente porque as condições políticas que impulsionaram o Acordo de Paris não existem mais no mundo”, explicou.
Afirmou que o papel do IICA é central na busca de que um continente produtor de alimentos como as Américas tenha uma visão comum na negociação climática e construa uma nova narrativa que integre o setor público, o setor privado, a sociedade civil e a ciência.
“É preciso ter uma voz comum que transmita nossa diversidade. A América Latina tem ativos naturais importantíssimos para o mundo. Temos que discutir uma agenda que combine a segurança alimentar, a segurança energética e a segurança climática, o que significa segurança hídrica, mineral, energética e alimentar e nova relação com a natureza, que é a que provê insumos”, indicou.
Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade da Marfrig/BRF, disse que muitas vezes o produtor não se sente apoiado no acesso às tecnologias ou ao financiamento: “Para se ter agricultura de baixo carbono, o desafio é como desenvolver novos instrumentos financeiros, fundos ou créditos para que o produtor, principalmente o pequeno, possa se envolver. A realidade é a mesma no Brasil e em toda América Latina”.
Pianez revelou que a Marfrig/BRF é a sétima maior empresa do Brasil e que as tecnologias disponíveis lhe permitem se manter um processo de transformação gigantesco em suas formas de produção, por meio da integração de sistemas agrossilvipastoris que combinam florestas, pastos e melhoria genética.
Fernando Sampaio, Diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira de Exportadores de Carne (ABIEC), explicou que esta entidade reúne 43 indústrias frigoríficas e representa 98% das exportações de carne bovina do país.
“Temos um compromisso a favor da ação climática e de acabar com qualquer relação com o desmatamento. As ações prioritárias com os produtores são as de assistência técnica. O Brasil tem as tecnologias, e precisamos difundir boas práticas. O segundo tema é acelerar a regularização ambiental e diversificar o financiamento. Sem investimento não teremos avanços na transformação”, afirmou.
Nesse sentido, Caroline Prolo, da Gestora de Financiamento Climático Fama Re Capital, observou que o financiamento climático não é caridade, mas investimento. “Existe a necessidade” – afirmou – “de se investir em empresas que avançam na transição climática, e o setor agropecuário é prioritário para nosso fundo”.
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